terça-feira, 8 de dezembro de 2009

 A POSTURA   DO   PROFESSOR   MEDIANTE  A  DISCIPLINA



Os professores são peças fundamentais para a relação disciplinar, mas para isso precisam contar com a melhoria nas condições de trabalho como, por exemplo, o salário, capacitação periódica, número limitado de alunos por classe, equipamentos etc. O profissional da educação



quando é bem preparado, exerce seu profissionalismo perante a sociedade, respeita seu aluno como um cidadão, colabora e participa na construção do projeto político pedagógico e trabalha junto a outros educadores através de reflexões criticas sobre os problemas que a escola enfrenta. Vasconcellos (2006, p.76) estabelece que: “A escola deve investir prioritariamente na formação do professor, para ter clara compreensão do processo educacional e métodos de trabalhos mais apropriados”.




Esse comprometimento da escola é de grande importância, porque o professor é um dos principais agentes de mudanças em todos os aspectos, precisando olhar seu aluno como um ser complexo que vive num mundo de relações, e por isso, vive coletivamente, mas é único, valioso. É preciso criar dentro de sala um clima que promova a tolerância e o respeito, pois, essas atitudes vão tornando-se referencias para o aluno, nesse sentido Vasconcellos (2006, p.100) constata o seguinte:




A construção do relacionamento humano é fundamental para o processo educativo. Os próprios alunos percebem que uma classe é unida, onde há calor humano, respeito, aceitação, é motivo de “dar gosto de vir para a escola”, ajudando, inclusive, cada um a lhe dar com seus “defeitos”, com seus limites. Não podemos perder de vista que a construção do conhecimento em sala de aula necessita da construção da pessoa e esta depende da construção do coletivo, base de toda construção.




Essa forma de educar através de exemplos simples de tratar as pessoas serve como auxílio na construção disciplinar, tratando-se efetivamente de comprometer-se com um trabalho mais participativo junto aos alunos, através de diálogos e discussões, para que ele se e envolva e entenda o que vem a ser disciplina. A relação do aluno com o professor precisa ter dialógica, ou seja, a discussão contínua sobre seu contexto social.




Na realidade não existe uma boa disciplina entre professores e alunos, se não existe autoridade nos domínios intelectuais, éticos, profissional e humano. Faz-se necessário que o professor exerça autodomínio de classe, para conquistar seus alunos da melhor maneira possível, ou seja, ir além do senso comum, ser coerente, apresentar traços de firmeza, ser competente; empregar com segurança os conceitos, e respeitar seu aluno, independente de idade.




Raramente encontram-se educadores que fazem um trabalho significativo em sala de aula e colocam em prática o que aprenderam em sua caminhada acadêmica. Ser compromissado é fator primordial para que ocorram transformações educacionais.


Vasconcellos (2006, p. 55) ressalta que:
"Muitos professores diante de algumas proposições da educação libertadora interpretam que o que está se pedindo a eles é que “afrouxem” as exigências com relação aos alunos que “papariquem”, que os considerem como se sempre tivessem razão. Não se trata, absolutamente disto! Está é uma distorção, ingênua, ou não, que serve de álibi para a não mudança de postura do professor. "




Portanto, se a disciplina está ligada à relação dos indivíduos, esta deve ser o alvo dos educadores, mostrando-se sempre uma disposição para manter o controle de suas emoções, mesmo nas situações mais complexas, pois, ensinar nunca foi uma brincadeira. Devendo-se estabelecer limites, entrando em um consenso com a classe mantendo sempre uma relação de respeito. Em relação a este pressuposto, Antunes (2002, p.55) diz que: “O bom árbitro apita quando preciso, cabe economizar, mas mostrar o cartão sempre que for necessário sempre que houver um desvio”.




O Educador precisa cultivar um relacionamento de amizade e afeto que é fundamental para esse processo educativo, pois, uma classe que vivência o diálogo, o apego e o respeito, têm a possibilidade de superar seus conflitos.
A classe deveria ser uma coletividade com freqüência, isso significa a união de pessoas, ou grupo que têm objetivos comuns. Essa união fortalece as relações.


Percebe-se que necessariamente o professor tem que sair de uma posição relativa, defensiva e partir para uma fase de autocrítica e reconstrução de sua proposta pedagógica, entendendo que seu papel é algo importante para a sociedade, tendo como função, formar novas gerações, acreditando na possibilidade de mudanças do outro, confiando na capacidade de aprender, e confiando em sua própria capacidade, tendo em vista, que o professor dessa nova educação, precisa adaptar-se a esse novo paradigma global.


De acordo com as idéias de Vasconcellos (2006, p.89) verifica-se que:


"O professor representa a cultura, a norma, à lei, à verdade historicamente constituída, a autoridade, cabendo-lhe a missão social de inserir novas gerações neste universo. Por outro lado, esta inserção tem de ser critica e criativa, ou seja, tem de se dar de tal forma que permita a superação das contradições presentes no atual momento histórico, que negam a vida em plenitude para todos."


Diante disso, percebe-se que existe a real necessidade de se fazer algo pela cultura da humanidade a fim de superar limites, isso significa promover uma revolução que se inicia dentro da sala de aula, onde se dá a dialética entre professor e aluno. Com isso, afirma-se que o professor é o grande agente no processo educacional e transformador de gerações, afirmando Chalita (2004, p.161) que: “alma de qualquer instituição de ensino é o professor”. Mesmo que a escola possua todos os equipamentos, e instrumentos de aspectos materiais ainda assim, nada disso suprirá a importância do professor, bem preparado para exercer seu profissionalismo.




O verdadeiro educador é aquele que conhece a cultura e o universo de seu aluno, tem bom senso, e proporciona o desenvolvimento de sua autonomia tem entusiasmo, amor e vibra com a conquista do educando. Pois, sabe-se ninguém se torna um professor perfeito, porém, é necessário reconhecer suas falhas e recomeçar a rever métodos, ouvir idéias e tentar sempre melhorar as atitudes mediante a questão disciplinar.


Estes são alguns dos enfoques para que, o professor, consiga uma boa relação com a escola e desenvolva um ensino de qualidade, isto é, uma mudança de atitudes, para a nova geração em que o professor é aquele que trabalha para o desenvolvimento das habilidades de seus alunos, com respeito, amor, diálogo, pondo em prática tudo que aprendeu em sua jornada acadêmica.


FAMÍLIA:   BASE FUNDAMENTAL AO PROCESSO DISCIPLINAR




As relações que a escola tem com a família vêm se modificando bastante nas últimas décadas, com isso observa-se que a escola mudou, a família também mudou. Em função dessas transformações a família passa a criticar a escola e a transferir suas obrigações para a mesma.
Mediante a mudança do paradigma educacional, é necessário que a família participe ativamente da construção desse novo modelo de escola em um trabalho coletivo e reconheça a escola de hoje, como diferente daquela escola que eles vivenciaram, a partir disso a família verá a escola atual com um novo olhar.
Vasconcellos (2006, p. 79) afirma sobre assa mudança ;


Mediante suas remotas experiências como estudantes e a desorganização da classe que seus filhos relatam, os pais exigem da escola uma postura autoritária. É preciso ajudá-los a compreender que existe uma outra alternativa, que supera tanto o autoritarismo, quanto o espontanísmo.  Melhor que apontar os erros da família é ajudá-la na compreensão da disciplina construtiva, apresentar-lhes projetos, expor os objetivos que se pretende alcançar e propor parceria sempre que for preciso.


Às vezes alguns professores imaginam que o aluno indisciplinado na escola, também é assim, em casa, ou são assim com outros professores. No entanto não é bem assim.


Em função disso, trabalhar limites é necessário, todavia quando esses limites são excessivos o aluno não desenvolve sua autonomia e torna-se reprimido. Por essa razão que a escola deve disponibilizar um trabalho amplo com as famílias aproveitando os espaços que tem, mesmo que não haja a participação da maioria dos pais ou responsáveis, pois, mesmo com a minoria, pode-se obter um trabalho satisfatório que renda bons resultados Vasconcellos (2006, p.80) assegura que:




"Devemos lembrar também que não podemos deixar de fazer um trabalho só porque não há participação maciça dos pais, mesmo que haja um grupo relativamente pequeno, podemos fazer um trabalho muito significativo, uma vez que este grupo pode funcionar como uma espécie de “janela” para o entendimento da realidade mais geral dos pais da escola e ampliar a possibilidade de contatos mais abrangentes."




Surgem novas propostas que constituem o trabalho coletivo junto à família de diferentes formas desde o planejamento do Projeto Político Pedagógico até as decisões que a escola que tomar. Um diálogo entre as comunidades sobre disciplina permitirá a busca de uma visão crítica para a educação.




A função da escola é dialética e precisa se comprometer com a relação entre educação e sociedade podendo elaborar formas de aproximar a comunidade. Vasconcellos (2006) fala que uma das melhores formas de atingir a família é através dos próprios alunos, por isso, é muito importante que se desenvolva um trabalho significativo em que o aluno esteja realmente envolvido e compreender a proposta de trabalho que lhe é oferecida. Com isso, os próprios alunos ajudarão à família a compreender as propostas da escola.


Essa relação escola e família implicam a questão da educação comunitária e a reflexão sobre a vida cotidiana do educando, pois, existe essa necessidade de se pensar no contexto social por parte dos indivíduos e dos grupos.  A cidadania coletiva é construtora de novos sujeitos históricos, diariamente através das relações que estão presentes no espaço escolar. Grinspum (2002, p.166) comenta o seguinte:


"Articular escola e vida numa relação de reciprocidade implica construir uma ligação estreita entre o cotidiano vivido e o saber escolarizado, levando em consideração que a escola situada em um espaço sociocultural onde vivem alunos e professores."




Hoje, com mais freqüência os alunos chegam com menos limites trabalhados pela família, na rede de ensino pública em que a maioria dos pais apenas comparece à escola ao final do ano letivo para cobrar a reprovação de seu filho.




Vasconcellos (2006) diz que perante a essa postura das famílias. A maioria dos educadores diz que não é tarefa da escola o trabalho com a família, com certeza, mas se a escola não fizer algo imediatamente e trabalhar por mudanças estruturais o trabalho com os alunos será uma tarefa muito difícil.


O diálogo entre escola e família contribui para o esclarecimento das propostas pedagógicas como para um fortalecimento e o crescimento da disciplina no contexto educacional, tendo em vista que o aluno é o alvo principal dos projetos da escola e precisa a aprender a participar. Esse processo participativo pressupõe criação e ação; planejamentos conjuntos no contexto democrático, isso significa que a escola ganha sua autonomia e tenha recursos materiais e humanos para poder pensar e fazer acontecer seu caminho, em busca de um ensino de melhor qualidade com o apoio de toda comunidade escolar para a aquisição de uma disciplina justa e que sirva para todos.


Autora: Daniela Souza

















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